quinta-feira, 3 de junho de 2010

Os bovinos pranteias seus mortos

Ah, que boas lembranças do meu pai,,,nós na roça na agricultura familiar,,,derrubando a mata, queimando,,fazendo as coivaras, plantando,,colhendo,,primeiramente na área rural, num lugarejo chamado Bananeira, está na minha memória aquela infinidade de tropeiros emitindo seus sons e tocando aquela centenas de burros transportando arroz, jeijão..
Ah, tanta coisa prá contar,,,os animais em pranto no sétimo dia,,,de longe eu ouvia os gritos dos bovinos,,era um canto de morte,,,meu coração cortava ao ouvir aquilo..
Meu pai matava um gado, o que ocorria uma vez por ano,
Pancada na cabeça com um machado, sangramento, lá debaixo de uma faveira, há uns 100 metros da nossa casa de palha que, para mim era uma mansão, até mesmo porque é assim que vemos as coisas na infância,,tudo grandioso,,,depois de grande é que vi que era um casebre de palha e não uma mansão..
Depois da morte do bicho eu contava 7 dias.
No sétimo dia chegava o rebanho chorando.
De longe eu ouvia os gritos dos animais e ficava muito triste, pois aquele choro coletivo me marcou para sempre.
O rebanho se dirigia exatamente para o local onde um dos seus entes havia sido morto,
Ali eles gritavam choravam mais alto ainda e batia com as patas no chão como se quisessem desentar o morto.
Só paravam de chorar quando chegava à exaustão, quando iam-se embora de luto
Muito triste esta passagem da minha infância

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